sábado, 16 de agosto de 2008

Dae Alan!!!

Bah velho, vi tu falando q nada q tu escreveria tu ia achar bom e nem saberia como começar o post...
Tipo... acho que nós somos muito autocriticos!!!
Até tento compor umas musicas mas na minha opinião fico tudo uma bosta!!!
Vem uma galera e me diz: que massa q ficou!!!
Acho q eles tinham q agir como Che Guevara em "Diario de motocicleta" e dizer....
cara tu é um bom técnico de enfermagem, é a isso q vc deve se dedicar, mas sei lá...
o sonho é a energia da alma!!!!!!!!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Pensei em mil formas de começar esse post!

O "problema" é que eu acredito que meus melhores pensamentos acontecem pela noite, ou na ausência de pessoas. E minha ignorância não permite colocar em palavras um início bonito e satisfatório pra esse post(considero sempre os escritos das outras pessoas de alto esplendor e os meus sempre os piores!), pelo menos pra mim, que posso ficar a tarde toda escrevendo e não achar nada disso bom. Seja como for!

É preciso acabar com toda sua vaidade para aprender a ver as coisas verdadeiras, para distanciar-se da ignorância, assim dizia Nietzsche, Schopenhauer. Mas nunca deve-se ter heróis, nem seguir os passos de alguém, torne-se quem tu és! Diante disso eu posso acreditar que não quero seguir nada, que não quero acreditar em coisas frívolas, e me vêm a mente o fato de que meu "eu" é deixado de lado! Então lá vai o trecho de um livro do romantismo:

"A vida humana não passa de um sonho. Mais de uma pessoa já pensou nisso. Pois essa impressão também me acompanha por toda a parte. Quando vejo os estreitos limites onde se acham encerradas as faculdades ativas e investigadoras do homem, e como todo o nosso trabalho visa apenas a satisfazer nossas necessidades, as quais, por sua vez, não têm outro objetivo senão prolongar nossa mesquinha existência; quando verifico que o nosso espírito só pode encontrar tranqüilidade, quanto a certos pontos das nossas pesquisas, por meio de uma resignação povoada de sonhos, como um presidiário que adornasse de figuras multicoloridas e luminosas perspectivas as paredes da sua cela... tudo isso, Wilhelm, me faz emudecer. Concentro-me e encontro um mundo em mim mesmo! Mas, também aí, é um mundo de pressentimentos e desejos obscuros e não de imagens nítidas e forças vivas. Tudo flutua vagamente nos meus sentidos, e assim, sorrindo e sonhando, prossigo na minha viagem através do mundo.

As crianças - todos os pedagogos eruditos estão de acordo a este respeito - não sabem a razão daquilo que desejam; também os adultos, da mesma forma que as crianças, caminham vacilantes e ao acaso sobre a terra, ignorando, tanto quanto elas, de onde vêm e para onde vão. Não avançam nunca segundo uma orientação segura; deixam-se governar, como as crianças, por meio de biscoitos, pedaços de bolo e ameaças. E, como agem por essa forma, inconscientemente, parece-me, que se acham subordinados à vida dos sentidos.

Concordo com você (porque já sei que você vai contraditar-me) que os mais felizes são precisamente aqueles que vivem, dia a dia, como as crianças, passeando, despindo e vestindo as suas bonecas; aqueles que rondam, respeitosos, em torno da gaveta onde a mãe guardou os bombons, e quando conseguem agarrar, enfim, as gulodices cobiçadas, devoram-nas com sofreguidão e gritam: “Quero mais!” Eis a gente feliz! Também é feliz a gente que, emprestando nomes pomposos às suas mesquinhas ocupações, e até às suas paixões, conseguem fazê-las passar por gigantescos empreendimentos destinados à salvação e prosperidade do gênero humano. Tanto melhor para os que são assim! Mas aquele que humildemente reconhece o resultado final de todas as coisas, vendo de um lado como o burguês facilmente arranja o seu pequeno jardim e dele faz um paraíso, e, de outro, como o miserável, arfando sob seu fardo, segue o seu caminho sem revoltar-se, mas aspirando todos, do mesmo modo, a enxergar ainda por um minuto a luz do sol... sim, quem isso observa à margem permanece tranqüilo. Também este se representa a seu modo um universo que tira de si mesmo, e também é feliz porque é homem. E, assim, quaisquer que sejam os obstáculos que dificultem seus passos, guarda sempre no coração o doce sentimento de que é livre e poderá, quando quiser, sair da sua prisão."

Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774) Johann Wolfgang von Goethe

Espero que gostem, muito obrigado pela atenção! ;)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A Dama

Excêntrica, provocativa e irreverente, a estilista Vivienne Westwood ficou popularmente conhecida como a estilista punk, aquela que levou das ruas de Londres para as butiques a estética do movimento, transformando o punk em moda.
Vivienne nasceu em 1941, em Glossop, uma cidadezinha de Manchester, na Inglaterra, de uma família de classe média.
Influenciada talvez pelo clima rebelde e liberal dos anos 60, a até então pacata mãe de família iniciou uma viagem por uma vida completamente nova, pautada por muita polêmica e ousadia. Vivienne conheceu Malcolm McLaren, que tornou-se rapidamente seu segundo marido. Juntos abriram a loja "Sex" (origem do nome da banda "Sex Pistols" na qual Malcolm era produtor) onde suas t-shirts ganharam ainda mais ousadia com mensagens mais explicitas, além de venderem objetos sadomasoquistas. Nesse período, a borracha tornou-se a principal matéria-prima de suas criações.
Vivienne Westwood se apresentava com roupas de couro, t-shirts rasgadas (chamadas por ela de "catalyst-shirts") e acessórios feitos de correntes e cadeados. Nascia ai o conceito punk de se vestir. O trabalho do casal começou realmente a se difundir quando Vivienne criou um modelo novo, feito de borracha e vinil vermelhos.
Como todo movimento, a cultua punk de diluiu com o passar do tempo e quando o Sex Pistols acabaram, a estilista chegou a pensar em desistir da carreira. No entanto, aquela que transformou o punk em moda, partiu para outra viagem. Seu interesse se voltou para a história do vestuário, especialmente as indumentárias indígenas, rebeldes e piratas (primeira coleção "pirates" em 81).
Entre tantas loucuras criadas pela estilista estão o sapatos plataforma que, em 1993, fizeram a modelo Naomi Campbell cair na passarela.
Vivienne veio ao Brasil lançar dois modelos da Melissa, organizou um manifesto a favor da arte e contra a publicidade e acabou atraindo todos os holofotes e fazendo maior propaganda do produto. Aos 67 anos, a ícone-mor do punk, se mostrou em forma pra fazer barulho.
É isso aí. Mais posts meus virão, vou escrever sobre pessoas que admiro e coisas que gosto. Talvez aqui poucos gostam de moda, mas acho que vivienne westwood faz diferença nesse mundo que muitos consideram fútil mas eu considero arte.

conheça a nova coleção: clique aqui.

Mariah ;)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Apenas mais uma gaivota no bando?

Amigos, postarei aqui um trecho do livro Fernão Capelo Gaivota do escritor estadunidense Richard Bach. No curto livro, é contada, metaforicamente, a busca de uma gaivota por vôos mais altos, com acrobacias, completamente livres. Por estar sempre querendo mais, não se importando com a opinião das outras gaivotas do grupo, que se contentavam em ser meras aves, é considerado, com o perdão do trocadilho, a gaivota-negra da família (!). Fernão foge e encontra mais gaivotas como ele, migra a um novo bando, onde aprende mais técnicas de vôo até tornar-se experiente e ensinar a gaivotas mais novas.
A história passa boas reflexões, a luta por sua própria evolução e a consciência de passar adiante o conhecimento. Afinal, de que valeria ser uma bela gaivota, com vôos espetaculares e deixar tudo isso morrer com seu corpo? Acredito que a grande dificuldade da humanidade atualmente seja a falta de (um detalhe esquecido, talvez) razão de viver. Em um mundo onde já não sabemos nossas reais prioridades, esquecemos de pensar porque aqui estamos. Fernão, não tinha o objetivo de ser apreciado e mantido à distância como um superior; queria compartilhar seu aprendizado com os demais, contribuir com a evolução do grupo. Com certeza, mais fácil seria viver como uma ave comum, submetida a uma rotina comum, mas isso de nada valeria. Havia possibilidade de expansão de suas habilidades, havia a liberdade a ser descoberta, havia céus novos onde voar.
Segue o trecho:
“Quando voltou a si, a noite já era velha. Flutuava à superfície negra do oceano, encharcado em luar. As asas eram enormes e esfarrapadas barras de chumbo, mas o fracasso pesava-lhe ainda mais nas costas. Desfalecido, desejou que o peso fosse bastante para o arrastar docemente até o fundo, e acabar com tudo.
Ao afundar-se na água, uma estranha voz cavernosa soou dentro dele. "Não há mais nada a fazer. Sou uma gaivota. A minha natureza limita-me. Se estivesse destinado a aprender tanto acerca do vôo, teria mapas em vez de miolos. Se estivesse destinado a voar a altas velocidades, teria asas curtas como o falcão e viveria de ratos em vez de peixes. O meu pai tem razão. Devo esquecer esta loucura. Devo regressar ao seio do bando e contentar-me com o que sou, uma pobre e limitada gaivota."
A voz sumiu-se e Fernão acordou. Uma gaivota passa a noite em terra...A partir desse momento, jurou tornar-se uma gaivota normal. Seriam todos felizes.
Morto de cansaço, arrancou-se da água densa e voou para terra, grato pelo que aprendera: a forma de poupar trabalho voando a baixa altitude.
"Mas não!", pensou. "O que eu era acabou-se; acabou-se tudo o que aprendi. Sou uma gaivota como outra qualquer e voarei como uma delas." Assim, subiu dolorosamente a trinta metros e bateu asas com mais força, apressando-se a chegar a terra.
Sentiu-se melhor depois da decisão de ser apenas mais um dos do bando. Daí em diante não haveria mais laços a prendê-lo à força que o levara a aprender, não haveria mais desafios nem mais fracassos. E era bom deixar de pensar, e voar no escuro em direção às luzes da praia.”

E então, devemos nos recolher a nossas supostas impossibilidades ou aprender a voar sempre mais alto, em uma busca incessante por melhores desempenhos? Apenas mais uma gaivota no bando?
Abraço da Touanda :)

sábado, 2 de agosto de 2008

CULTURA

Caros amigos, esta semana que passou estive lendo no jornal Le Monde Diplomatique sobre cultura e democracia. O “artigo” faz parte de um encarte chamado Cadernos da América Latina (V), onde filósofos, escritores, sociólogos, antropólogos e estudiosos latino-americanos escrevem sobre temas diversos. O Texto da filósofa brasileira Marilena Chauí chamou-me a atenção; sendo de boa qualidade e esclarecedor, gostaria, então, de compartilhar um pouco do conhecimento com vocês.
O texto tem seus primeiros parágrafos focados em apresentar os conceitos que as criaturas definiram para a cultura, que, diga-se de passagem, se alteraram junto com a história da humanidade e seguindo suas tendências, um exemplo disso, citado pela autora, é o período do Iluminismo (séc 18) em que “a palavra cultura ressurge como sinônimo de civilização.(...) Os iluministas estabeleceram o padrão Europeu capitalista para medir a evolução ou o grau de progresso de uma cultura. As sociedades passaram a ser avaliadas segundo a presença ou a ausência de alguns elementos que são próprios do ocidente capitalista e a ausência desses elementos foi considerado sinal de falta de cultura, todos as sociedades diferentes do padrão europeu são definidas como culturas “primitivas”. Foi justamente esse pensamento que legitimou a colonização e o imperialismo.” Infelizmente, até hoje temos vestígios dessa “forma de julgamento” de tudo que é diferente, do que dita o que é bom ou ruim, ainda aceitamos os padrões europeus e norte-americanos como única forma de cultura propriamente dita, a qual deve-se seguir como padrão, e acabamos contraditoriamente apoiando a marginalização da nossa própria cultura.
Ao longo do texto, também aparece a questão da divisão originária, compreendida pela primeira vez por Maquiavel quando, em O príncipe, afirma: “toda cidade é dividida pelo desejo dos grandes de oprimir e comandar e o desejo do povo de não ser oprimido nem comandado” e reafirmado por Marx “até agora, a história tem sido a história da luta de classes”. A marca da sociedade é a existência da divisão social, isto é, da divisão de classes. Não sendo diferente com a cultura, essa divisão foi transferida como cultura dominante e cultura dominada, opressora e oprimida, de elite ou popular. Assim, convencinou-se chamar de cultura formal, ou seja, a cultura letrada, e a cultura popular, que corre espontaneamente nos veios da sociedade.
Sabemos que o lugar da cultura dominante é bastante claro: é o lugar a partir do qual se legitima o exercício da exploração econômica, da dominação política e da exclusão social. Mas esse lugar também torna mais nítida a cultura popular como aquilo que é elaborado pelas classes populares e, em particular, pela classe trabalhadora, segundo o que se faz no pólo da dominação, ou seja, como repetição ou como contestação, dependendo das condições históricas e das formas de organização populares.
Outro ponto muito relevante a que se refere a autora é o papel da indústria cultural ou cultura de massas. Essa, em primeiro lugar, separa os bens culturais pelo seu suposto valor de mercado: há obras “caras” e “raras”, destinadas aos privilegiados que podem pagar por elas, formando uma elite cultural; e há obras “baratas e “comuns”, destinadas à massa, Assim, em vez de garantir o mesmo direito de todos à totalidade da produção cultural, a industria cultural sobre-determina a divisão social acrescentando-lhe a divisão entre elite “culta” e massa “inculta”. Em segundo, contraditoriamente com o primeiro aspecto, cria a ilusão de que todos têm acesso aos mesmos bens culturais, cada um escolhendo livremente o que deseja. No entanto, basta darmos atenção aos horários dos programas de rádio e televisão ou ao que é vendido nas bancas de jornais e revistas para vermos que as empresas de divulgação cultural já selecionaram de antemão o que cada classe e grupo social pode e deve ouvir, ver ou ler. No caso dos jornais e revistas, por exemplo, a qualidade do papel, letras e imagens, o tipo de manchete e de matéria publicada definem o consumidor e determina o conteúdo daquilo a que cada um terá acesso e o tipo de informação que poderá receber. Se compararmos, numa manhã, cinco ou seis jornais, perceberemos que o mesmo mundo – este no qual todos vivem – transforma-se em cinco ou seis mundos diferentes ou mesmo opostos, pois um mesmo acontecimento recebe cinco ou seis tratamentos diversos, em função do leitor que a empresa jornalística tem interesse (econômico e político) de atingir.
Em terceiro lugar, a industria culutral inventa uma figura chamada “espectador médio”, “ouvinte médio” e “leitor médio”, aos quais são atribuídas certas capacidades mentais “médias”, certos conhecimentos “médios” e certos gostos “médios”. Que significa isso? A indústria cultural vende cultura. Para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor. Para seduzi-lo e agradá-lo não pode chocá-lo, provoca-lo, fazê-lo pensar, trazer-lhe informações novas que o perturbem, mas deve devolver-lhe, com nova aparência, o que ele já sabe, já viu, já fez. A “média” é o senso-comum cristalizado, que a indústria cultural devolve com cara de coisa nova. (...)
Nossa autora, ainda aborda muitos assuntos relacionados a esse tema, mas por enquanto vamos pensar nesses. Tu já te destes conta do tipo de informação que tu consomes? Já pensastes porque certas expressões são usadas? Já pensaste em como um assunto foi desviado, ocultado ou teve maior ou menor importância do que deveria? E o que te oferecem como cultura, o que tu ouves, lês e até criticas, o que tu ignoras...
Bem brotos, espero que pelo menos se não concordam com o dito defendam suas opiniões, se curtiram o texto e o assunto diferenciado dêem um sinal e terão mais!
Grande upa da Jana que vos fala.